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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Formação no feminino uma ideia para analisar!


Centrado na realidade do nosso distrito, que atravessa uma fase menos próspera na criação de novas equipas no setor feminino, gostava de lançar uma ideia que poderá contribuir para o crescimento sustentado e um melhor aproveitamento e desenvolvimento da formação feminina.
Existe um número razoável de atletas femininas que jogam em equipas mistas até ao escalão de iniciados, atletas essas que depois desse escalão ficam praticamente sem opção para competir na formação, sendo-lhes dada a hipótese de entrarem em competição nas equipas seniores.
Estas jovens poderiam competir na formação até aos 19 anos.
A ideia:
Criar o escalão misto de iniciado masculino e iniciado/juvenil femininos com regras adaptadas!
Sabendo que as capacidades físico-motoras masculinas são ligeiramente superiores às femininas, este campeonato misto com regras próprias poderia servir para criar maior dinâmica de jogo nas jovens atletas.
A regra principal neste campeonato, seria ter em campo dois atletas masculinos e três femininos, sendo que apenas poderia haver troca de masculinos com masculinos,  e femininos com femininos.
Poderia continuar a desenvolver mais este assunto, mas deixo a ideia assim muito primária, com possibilidade de ser desenvolvida para uma realidade possível.
                                                                                                     

                                                                                                 José Resende

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Movimentações" dos treinadores


Há alguns meses saiu a notícia de novos cursos de Futsal I, II, III nível.
O crescimento e desenvolvimento do Futsal de há uma dúzia de anos para cá deve-se sobretudo à formação de Treinadores. Com os cursos, muitos Técnicos tornaram-se mais conhecedores das especificidades da modalidade, fazendo trabalhos com bastante qualidade.
A formação de novos Técnicos e de mais graduação para outros que o pretendam, é e sempre será a grande alavanca para qualquer modalidade.
O meu comentário centrar-se-á nos aspetos que julgo menos positivos, pelos quais alguns Técnicos têm levado o seu caminho:
1)   Técnicos que são simultaneamente, diretores, agentes de atletas, massagistas, etc.;
2)   Técnicos que apesar de fazerem formação, continuam a não colocarem em prática os conhecimentos adquiridos;
3)   Técnicos que simultaneamente são treinadores de vários escalões dentro do clube, como que assumindo o papel de donos das equipas;
4)   Técnicos que dão o nome, facilitando o trabalho a outros que não estão certificados;

1º Ponto: Também eu no início da minha carreira como treinador fiz um pouco de tudo. Com o tempo facilmente me fui apercebendo de que a competência do treinador é a de ser apenas treinador, deixando as outras funções serem desempenhadas por pessoas a quem lhes seja destinado os outros cargos. Ser Treinador é algo de bastante exigente, requer muito de nós, se estivermos absorvidos por outras tarefas tornar-se-á muito complicado e retira-nos discernimento.

2º Ponto: Como disse, muitos Técnicos tornaram-se mais conhecedores das especificidades da modalidade fazendo trabalhos com bastante qualidade, mas também alguns que fizeram formação (quase como por obrigação para ficarem certificados), continuam a não colocar em prática os conhecimentos adquiridos, realizando trabalhos bastante fracos, prejudicando os atletas na sua evolução.
Já em vários artigos mencionei que os Técnicos devem procurar enriquecer os seus conhecimentos, mas por vezes o que se nota é fazerem cópia de exercícios porque acham interessantes, só que por vezes não correspondem minimamente às necessidades das equipas por si treinadas.

3º Ponto: Ser Treinador é algo de muito exigente, e sentimos estar envolvidos pelo nosso trabalho intensamente muitas vezes parecendo que não temos tempo para preparar a nossa equipa.
 Ao assumir o comando de mais que um escalão, o Treinador irá ficar dividido, pois tem de tomar decisões que “naturalmente” vão gerar desconforto nos grupos de trabalho. A decisão quanto à equipa que irá acompanhar quando houver coincidência de horários será talvez um dos maiores problemas. As concentrações e jogos são fatores determinantes para qualquer equipa, e a não presença do líder é algo que não pode ser ignorado.

4º Ponto: Este é um facto que irá continuar a ser posto em prática infelizmente, e a responsabilidade é de quem realmente o facilita. Não vou questionar se as pessoas que treinam sem habilitações o fazem melhor ou não que os outros. O que costumo dizer é, se realmente têm jeito para ser Treinadores, então façam formação pois de certeza que tornar-se-ão em Técnicos bastante competentes e habilitados para treinar qualquer equipa não estando limitados por falta de certificado.

Para finalizar, quero relembrar que apenas se trata de um artigo de opinião, não me sinto dono da verdade nem mais sábio do que os outros. Ficam expressos comentários que julgo serem interessantes e porque não até serem debatidos pelo mundo do futsal.

Um abraço, e até um próximo artigo.

                                                                                   JR

domingo, 4 de novembro de 2012

Modelo de jogo


Conceção de modelo de jogo – como se pretende que a nossa equipa jogue.
A complexidade do jogo leva-nos a ter que nos preocuparmos com muitas das ações que são realizadas ou executadas pelos atletas, tanto pelos da nossa equipa como das equipas adversárias.
Em primeiro lugar a preocupação deve recair no lote de atletas que dispomos e a prova na qual iremos participar.
Um plantel é por norma constituído por atletas de variadas características, e deve ser formado tendo em consideração os equilíbrios, para dotar a equipa com soluções para as dificuldades que forem surgindo.
A possibilidade de termos atletas de qualidade, que possam ocupar determinadas posições em campo e com possibilidade de corresponder no que se pretende e nos momentos aos quais é chamado a intervir, são os que acrescentam e valorizam a equipa.
Existem várias componentes de treino para conseguirmos alcançar os objetivos pretendidos para a criação de modelo de jogo.
Todos queremos ganhar, mas de preferência ganhar jogando bem.
O Pretendido mesmo é cimentar um processo consistente onde possam estar as vitórias, alicerçadas numa boa qualidade de jogo.
O jogo tem como ações estruturais, o processo ofensivo e o processo defensivo.
Partindo do sistema de jogo pretendido, são criados os exercícios, que melhor possam ajudar os atletas a executarem as várias ações de jogo.
Com a sistematização é criada uma rotina, que vai sendo realizada cada vez com maior capacidade de interpretação pelos atletas.
Mas como o jogo é aleatório, o que vai acontecer é que em muitos momentos do jogo os atletas estejam posicionados em outros esquemas, e julgo ai existir outro fator determinante a treinar. Perceber outros sistemas de jogo e saber como pontualmente tirar partido dessas situações, portanto é também um fator importante a considerar.
No jogo não estamos só a defender nem só a atacar, certo!
Se uma equipa for muito forte a defender e a outra muito forte a atacar, com um equilíbrio de forças idêntico, irá aparecer aquele que pode ser um dos fatores mais determinantes para o desequilíbrio, as transições rápidas quer ofensivas quer defensivas.


Aqui entra aquilo que costumo dizer “O segredo do jogo”.


 É necessário manter a equipa com equilíbrios para rapidamente se responder aos imprevistos do jogo, pois irá quase de certeza a balança pender para quem tiver maior equilíbrio nas transições rápidas. Pois o aproveitamento rápido no mau posicionamento da outra equipa pode ajudar a uma maior eficácia no jogo
Lances de estratégia previamente preparados, tais como: livres, pontapés de canto, pontapé lateral e bolas de saída direta do guarda-redes, são aspetos muito importantes a treinar, pois podem causar efeito- surpresa na equipa adversária.
Estão aqui então já referidos alguns dos ingredientes a ter em conta para a preparação do nosso modelo de jogo, mas muitos mais aspetos terão de ser tomados em conta para a nossa caminhada.
Lembre-se, nada acontece ao acaso, e para se ter sorte dá muito trabalho.

                                                     José Resende

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Coletividades, um novo ciclo

Uma grande parte das coletividades ligadas ao futsal nasceu em pequenos bairros ou freguesias, muitas delas baseadas em grupos de amigos com alguma habilidade e vontade de jogar futsal.
À medida que os anos foram passando essas pequenas coletividades foram-se transformando em pequenas academias de futsal, aumentando o número de equipas através da formação.
Com os anos as associações viram crescer esta modalidade, duplicando e triplicando o número de atletas. Foi um acontecimento muito rápido, um fenómeno social, uma correria de pais a levarem os seus filhos aos pavilhões para a prática do futsal.
Muitas das direções destas pequenas coletividades, com muito empenho, dedicação e trabalho, contando com alguns apoios do estado e autarquias juntamente com o apoio da população, conseguiram obter a construção de pavilhão próprio.
As coletividades vão passando por vários ciclos da sua existência. Há cerca de 15 anos atrás bastavam dois ou três patrocinadores e o apoio da autarquia para garantirem o normal funcionamento das coletividades.
Com o avançar dos anos e com o aumento das equipas e participantes nos campeonatos, criar condições cada vez melhores para a prática do futsal, o ajustar das competições tornando-as mais organizadas e competitivas, tudo isso foi feito mas os gastos foram-se avolumando.
Como sabemos o País está a atravessar uma grave crise económica e social, e cada vez mais se torna difícil chegar aos apoios quer das autarquias quer das empresas. Então torna-se necessário reorganizar e repensar quais os motivos que movem a coletividade, até porque a razão da sua criação e existência podem agora estar desajustados e já não fazerem sentido.
“ É impossível aplicar receitas de ontem à realidade de hoje e ainda assim prosperar. As condicionantes socioeconómicas do País, e por inerência das autarquias e tecido empresarial exigem uma mudança na gestão do associativismo, um que se liberte da inevitabilidade dos subsídios das autarquias e apoios substanciais de patrocinadores, que se encontram atualmente em enormes dificuldades. Claro que esperamos poder contar com apoios destas entidades, mas numa lógica de auxílio ao funcionamento do clube e não de dependência ou condição para sobrevivência do clube.”     
                 

Como disse atrás talvez esteja na altura de entrar num novo ciclo, portanto é então necessário criar um projeto credível e ambicioso, adaptado criando novos motivos de interesse.
Um dos aspetos novos para a evolução do clube tem a ver com um maior aproveitamento dos Média, a informação e divulgação das coletividades é um bem precioso a explorar, há que ter alguma criatividade neste sentido.   
Um outro aspeto também de grande importância é fazer um maior aproveitamento dos espaços desportivos partilhando atividades de carater cultural, pois esta interação é vital para o desenvolvimento de qualquer coletividade.       

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Carreira de sucesso




Todos nós treinadores desejamos estar em clubes de maior dimensão, onde os objetivos possam ser mais facilmente alcançados. Nem todos, ou melhor apenas alguns conseguem oportunidades que lhes proporcionem trabalhar em bons clubes. Desses treinadores mesmo assim só alguns conseguem obter êxitos desportivos, ou seja alcançar títulos.
   Em clubes bem organizados podemos traçar objetivos vitoriosos, mas o fator mais importante tem a ver com a formação dos plantéis, pois se conseguirmos um leque de atletas talentosos e com vontade de vencer, poderemos usar melhores “armas” que os outros concorrentes. O trabalho do treinador é saber utilizar destes meios de que dispõe e formar uma equipa equilibrada com capacidade de ir construindo o êxito jogo a jogo.
   Para se ser um bom treinador, para muitos é necessário ter uma carreira de sucesso, mas existem muitos bons treinadores que não conseguindo entrar em clubes de maior dimensão, conseguem fazer trabalhos notáveis com bastante qualidade. Com menos recursos conseguem desenvolver trabalhos que acabam por valorizar os clubes e principalmente dar projeção a muitos atletas.
   Também é sabido que muitos treinadores com bastantes conhecimentos, acabam por não conseguir passar para a prática todo esse potencial e são “facilmente empurrados” por diretores impacientes que os julgam como incompetentes.
   Por fim quero aqui referir que muitos treinadores têm o desejo de estar no ativo e por variadas situações não estão a fazer o que muito desejavam.
   Todos nós nos sentimos com capacidades para comentar as decisões tomadas pelos treinadores, com uma facilidade parecendo que somos entendedores em qualquer área desportiva. Os treinadores não dão opiniões tomam decisões, se alguém fizer um comentário e estiver errado ninguém o vai avaliar, se o treinador tomar uma má decisão, irá ser julgado por isso.  
A importância na escolha de um treinador pode ser fundamental na ajuda para o crescimento e desenvolvimento de um clube.

                                                                JR

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Pré-época

Este artigo há semelhança de muitos outros, tem como base o trabalho em clubes amadores, por isso deve ser entendido nessa perspectiva.

Exemplo de idealização para uma pré-época.

Três fases bem distintas e dividida em seis semanas:

  •  Primeira fase apenas uma semana.

Normalmente os atletas vêm de um período de férias onde a sua condição física por norma não é trabalhada. Portanto neste período devemos desenvolver um trabalho no sentido criar bases para que o atleta se prepare para cargas mais intensas.

Portanto cargas leves e alguns exercícios com componente lúdica, para começarem a gerar bom ambiente de trabalho, facilitando a integração de novos atletas, sem que a equipa técnica não perca o controlo e mostre o seu sentido de capacidade de liderança.

  • Segunda fase com três semanas. 

Neste período de trabalho a importância maior tem a ver com a parte física.

1ª Semana com cargas de grande intensidade (força geral e força com dinâmica especifica) e no final dos treinos banhos de água fria (tonificação muscular).

2ª Semana ainda com cargas elevadas (força com dinâmica especifica) e introdução de vários exercícios táticos, quer defensivos quer ofensivos, que serão a base do trabalho para o modelo de jogo pretendido.

Incluindo claro jogos de treino previamente planeados.

3ª Semana, nesta fase já com uma menor intensidade privilegiar o trabalho tático, continuar com jogos de treino e terminar então esta fase com a recuperação física dos atletas. O ideal seria que as equipas conseguissem espaços com banhos e massagens, spam, piscina, pois a recuperação poderá atingir níveis mais satisfatórios e facilitar a disponibilidade física do atleta para novos treinos.


  • Terceira fase com duas semanas


1ª Semana consiste no desenvolvimento do processo de treino virado para o nosso modelo de jogo. As preferências para o nosso sistema defensivo e ofensivo, as nossas transições ofensivas e defensivas, organização de jogo, equilíbrios, etc. Os exercícios são criados para que os atletas criem rotinas, simplificando cada vez mais o entendimento daquilo que lhes vai sendo pedido.

Se possível mais jogos de preparação.

2ª Semana e última de treinos antes da competição.

Sabendo já o adversário a defrontar, ajustar o trabalho no sentido pretendido para esse jogo.


Este trabalho embora bastante simples, pode servir para demonstrar que é necessário planear, para conseguirmos objetivos futuros.
                                                      
                             José Resende

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Transferências

Transferência de atletas entre clubes é uma prática usual principalmente durante o período de férias. Bom sendo uma prática usual ou habitual, porquê falar sobre este tema?



Não vou falar sobre valores ou de transferências, que infelizmente continuam a fazer parte do panorama negro, em que alguns clubes (alguns dirigentes), são notícia.
Quando se pretende este ou aquele atleta, para vir fazer parte de uma nova equipa, o pensamento que nos vem à cabeça é de que vem para reforçar o clube, certo! Convém no entanto dar alguns passos, para que os valores éticos e princípios desportivos sejam uma realidade, de maneira a que exista uma coexistência saudável. Não os vou mencionar, espero que os intervenientes pensem e ajam nesse sentido.
Com as dificuldades financeiras e não só, a que os clubes estão sujeitos, cada vez mais a aposta nos atletas formados no seu seio, deveria ser o caminho apropriado, mas infelizmente a ambição por vezes é exagerada e traiçoeira. Quando se tem formação nos clubes, o mais natural seria aceitar fazer um trabalho de continuidade com aqueles que por lá vão passando, e daí retirar as capacidades de poder ser mais competitivo ou menos, com o potencial desses mesmos atletas. Para que esse trabalho possa dar melhores frutos, será muito importante a capacidade de trabalho que os técnicos possam desenvolver.
No entanto existem muitas equipas que através dos ditos reforços, tentam alcançar objectivos imediatos, o que até nem parece mal!
O que eu tenho observado é que algumas dessas “Equipas” tentam convencer os atletas com mais potencial, facilitando imagine-se à não participação nos treinos. Caso dois treinos só precisam participar em um. Ora se queremos tornar as nossas equipas mais competitivas, este é o maior erro para podermos evoluir, senão então estamos a tornar o campeonato em torneios amadores, onde os atletas se juntam para jogar apenas.


Se os atletas são formados nos clubes e depois vão tendo dificuldades em poder participar em todos os treinos, aí os técnicos avaliarão se a sua participação é permitida dessa forma, ou se têm necessidade de compensar com mais atletas disponíveis.

                                         José Resende