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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crescimento desportivo sustentado

Na realidade desportiva que conheço, quando os jovens atletas vão para qualquer clube praticar desporto, automaticamente isso implica o pagamento de uma verba que varia consoante as dificuldades ou necessidades desse mesmo clube.
No contexto social e económico do país, cada vez mais as pequenas colectividades acabam por ter uma influência bastante importante no apoio aos jovens, procurando através da participação desportiva federada, ocupar os seus tempos.
 Os campeonatos de Futsal acarretam um acumular de despesas às colectividades que sem o apoio de verbas suportadas pelos pais dos atletas, não seriam de todo viáveis.
Para criar a sustentabilidade desportiva, este será sempre um passo importante a dar nos clubes, mas existem outros passos também muito importantes.
Para haver crescimento desportivo, o mais importante será que o clube crie as bases na formação desde a raiz.
Nos escalões mais jovens, mais importante do que os resultados desportivos, será o aspecto social, pois tem a ver com a integração das crianças no ambiente que as vai envolvendo.
Sempre fui defensor que nos escalões mais baixos se dê oportunidade de jogo a todas as crianças. A sua integração só assim será validada, pois se as oportunidades forem retiradas porque têm menos talento do que os outros, será bastante sentida. Este aspecto é entendido como uma rejeição, e nestas idades, deixa marcas para o futuro, não só desportivo como também socialmente.
Os agentes desportivos (dirigentes, treinadores) e os familiares dos atletas têm que lidar com estas crianças e jovens de forma a potenciarem a sua componente desportiva, sem nunca esquecer que mais importante será tornar estas crianças e jovens em cidadãos bem preparados para a vida. Se assim for, está dado o passo para o crescimento desportivo sustentado, pois quando o trabalho acontece com naturalidade, todos se sentem bem e com vontade de fazer parte deste associativismo.
“A prática desportiva, mal orientada, pode «matar» o entusiasmo de uma criança, «abafar» a sua imaginação e criatividade e «destruir» o seu sentido de auto-estima.”
                                                           Olímpio Coelho. 25, pág. 23
À medida que os atletas vão subindo de escalão, vão se apercebendo das suas capacidades e interpretando aquilo que se vai pedindo de forma natural. Também se entenderem que não têm futuro na modalidade, acabam por desistir, sem ressentimentos para com as pessoas que os acompanharam.
                                          José Resende