Há alguns meses saiu a notícia de novos cursos de
Futsal I, II, III nível.
O crescimento e desenvolvimento do Futsal de há uma
dúzia de anos para cá deve-se sobretudo à formação de Treinadores. Com os
cursos, muitos Técnicos tornaram-se mais conhecedores das especificidades da
modalidade, fazendo trabalhos com bastante qualidade.
A formação de novos Técnicos e de mais graduação
para outros que o pretendam, é e sempre será a grande alavanca para qualquer
modalidade.
O meu comentário centrar-se-á nos aspetos que julgo
menos positivos, pelos quais alguns Técnicos têm levado o seu caminho:
1) Técnicos
que são simultaneamente, diretores, agentes de atletas, massagistas, etc.;
2) Técnicos
que apesar de fazerem formação, continuam a não colocarem em prática os
conhecimentos adquiridos;
3) Técnicos
que simultaneamente são treinadores de vários escalões dentro do clube, como
que assumindo o papel de donos das equipas;
4) Técnicos
que dão o nome, facilitando o trabalho a outros que não estão certificados;
1º Ponto: Também eu no início
da minha carreira como treinador fiz um pouco de tudo. Com o tempo facilmente
me fui apercebendo de que a competência do treinador é a de ser apenas
treinador, deixando as outras funções serem desempenhadas por pessoas a quem
lhes seja destinado os outros cargos. Ser Treinador é algo de bastante
exigente, requer muito de nós, se estivermos absorvidos por outras tarefas tornar-se-á
muito complicado e retira-nos discernimento.
2º Ponto: Como disse,
muitos Técnicos tornaram-se mais conhecedores das especificidades da modalidade
fazendo trabalhos com bastante qualidade, mas também alguns que fizeram
formação (quase como por obrigação para ficarem certificados), continuam a não
colocar em prática os conhecimentos adquiridos, realizando trabalhos bastante
fracos, prejudicando os atletas na sua evolução.
Já em vários artigos
mencionei que os Técnicos devem procurar enriquecer os seus conhecimentos, mas
por vezes o que se nota é fazerem cópia de exercícios porque acham
interessantes, só que por vezes não correspondem minimamente às necessidades
das equipas por si treinadas.
3º Ponto: Ser Treinador
é algo de muito exigente, e sentimos estar envolvidos pelo nosso trabalho
intensamente muitas vezes parecendo que não temos tempo para preparar a nossa equipa.
Ao assumir o comando de mais que um escalão, o
Treinador irá ficar dividido, pois tem de tomar decisões que “naturalmente” vão
gerar desconforto nos grupos de trabalho. A decisão quanto à equipa que irá
acompanhar quando houver coincidência de horários será talvez um dos maiores
problemas. As concentrações e jogos são fatores determinantes para qualquer
equipa, e a não presença do líder é algo que não pode ser ignorado.
4º Ponto: Este é um facto
que irá continuar a ser posto em prática infelizmente, e a responsabilidade é
de quem realmente o facilita. Não vou questionar se as pessoas que treinam sem
habilitações o fazem melhor ou não que os outros. O que costumo dizer é, se
realmente têm jeito para ser Treinadores, então façam formação pois de certeza
que tornar-se-ão em Técnicos bastante competentes e habilitados para treinar
qualquer equipa não estando limitados por falta de certificado.
Para finalizar, quero
relembrar que apenas se trata de um artigo de opinião, não me sinto dono da
verdade nem mais sábio do que os outros. Ficam expressos comentários que julgo
serem interessantes e porque não até serem debatidos pelo mundo do futsal.
Um abraço, e até um
próximo artigo.
JR