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domingo, 24 de outubro de 2010

talento precoce ou antes mais talento que a maioria!

Não vou desenvolver muito os conhecimentos sobre talento precoce mas através da pesquisa anotei alguns que são bastante curiosos.
    Iniciação desportiva é o período em que a criança inicia a prática regular e orientada de uma ou mais modalidades desportivas, sendo que o objectivo imediato é dar continuidade ao seu desenvolvimento de forma integral, não implicando em competições regulares. Pode-se entender que a iniciação desportiva é o período em que a criança começa a aprender, de forma específica e planejada, a prática desportiva. Contudo, é necessário que se conheçam e respeitem suas características para que ela não seja transformada em um mini adulto (RAMOS e NEVES, 2008).
    Já a especialização precoce é o termo utilizado para expressar o processo pelo qual crianças tornam-se especializadas em um determinado desporto mais cedo do que a idade apropriada para tal (RAMOS e NEVES, 2008).
Com efeito, sabe-se que a especialização desportiva precoce encontra respaldo significativo em professores, pais e dirigentes desportivos que, observando um grande potencial na criança, preocupam-se em demasia com a elevação do seu rendimento e incentivam a obtenção de títulos e recordes com o objectivo explícito de adquirir resultados em curto prazo na modalidade. Assim, pode-se dizer que o desporto na infância é um fenómeno muito complexo, que não pode ser reduzido a um pensamento simplista, como a tradicional selecção desportiva e a tradicional eleição de um modelo ideal de atleta (RAMOS e NEVES, 2008).
Em uma conversa com um dos professores dos meus cursos de treinador, falava-mos sobre o meu projecto de trabalho para a formação, quando abordamos o tema do talento acima da média.
O professor achava que os atletas com mais talento deveriam passar de imediato para o escalão acima, eu disse que tinha uma opinião um pouco diferente, pois achava que eles deveriam continuar no seu escalão e periodicamente participarem em treinos e jogos do escalão acima do seu.
Como referi no meu trabalho para a formação, os atletas tem de fazer um trabalho adequado a cada escalão.
Pois se pensarmos em mudar os atletas para um escalão superior, o que irá acontecer é que se esses atletas avançarem como irão desenvolver esse trabalho?
A pedagogia do rendimento orienta-se pelo processo em que as crianças são submetidas a treinos e competições exacerbadas antes da idade adequada para tal, assim despreza-se a riqueza das práticas lúdicas em nome da preparação de futuros atletas (RAMOS e NEVES, 2008).

É bom para o atleta que ele sinta as suas capacidades, pois no seu escalão tem a oportunidade de as avaliar jogando com jovens da sua idade. O treinador não deve esquecer quais os princípios de trabalho para a sua evolução, assim como o grupo de trabalho poderá beneficiar da participação de um colega, que lhes possa transmitir confiança assim como ajuda no processo de treino e melhoria colectiva.
As idas periódicas ao escalão acima do seu, deve ser concertado para que a sua integração possa acontecer de forma positiva e evolutiva.
Existem alguns clubes que utilizam na sua organização de trabalho na formação, um processo que julgo ser o mais adequado. Os treinadores do escalão inferior são colaboradores ou adjuntos do escalão acima do deles.
Exemplo: o treinador dos iniciados ser adjunto do treinador do escalão dos juvenis.
Com isto pode haver um acompanhamento dos seus atletas, que periodicamente treinem no escalão acima do deles. Também ficam identificados com o trabalho que esta a ser feito e as dificuldades encontradas pelos seus atletas, pois o trabalho dos atletas passa a ter um grau de dificuldade maior.
"O bom treinador é aquele que prescinde dos resultados competitivos sob a necessidade de trabalhar e formar os seus atletas com a finalidade de vir a colher todos esses frutos anos mais tarde"

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os árbitros e a sua relação com os treinadores e os atletas

           
De um curso de Árbitros de voleibol.
Perfil de um Árbitro:
·       Gostar do que faz
·       Ter bons conhecimentos técnicos
·       Honestidade
·       Concentração e atenção
·       Imparcialidade
·       Confiança e serenidade com os jogadores
·       Respeito
·       Correcção
·       Boa apresentação
·       Estabelecer boas relações com todos os intervenientes do jogo
·       Admitir que errou quando se apercebeu de tal
·       Ser soberano nas suas decisões, nunca cedendo a pressões
·       Mostrar grande sentido de responsabilidade
A tudo isto poderemos acrescentar mais uma quantidade de qualidades que podem tornar a sua tarefa mais facilitada:
Condição Física do árbitro de Hóquei em Patins
“ Existe uma forte relação entre as capacidades psicológicas e a performance física dos árbitros. Deste modo, o sucesso ou insucesso de um árbitro depende das suas capacidades físicas (preparação para as exigências de um desporto em particular, técnicas e mecânicas, capacidades visuais) e mentais (confiança, concentração, controlo emocional).”

“Um bom nível de Condição Física, permite ao árbitro maior capacidade de concentração e uma intervenção mais oportuna e correcta nas acções do jogo.”

Por fim do livro leis do Futsal chamo a atenção para a lei 5- o árbitro
·       A autoridade do árbitro
O jogo disputa-se sob o controle dum árbitro que dispõe de toda a autoridade necessária para velar pela aplicação das Leis do Jogo no quadro do jogo que é chamado a dirigir, desde a sua entrada no recinto onde se encontra o rectângulo de jogo e acaba quando o tiver abandonado.

Depois as competências e obrigações que não vou estar aqui a enunciar, mas que podem consultar, e por fim se não estou já ultrapassado nos conhecimentos:
·       Decisões do árbitro
As decisões do árbitro sobre os factos relacionados com o jogo não têm apelo.

Depois de todo este conhecimento sobre os árbitros gostava de fazer um comentário sobre a relação entre árbitros, treinadores e atletas:
Ser árbitro não é tarefa fácil, pois para além de toda a envolvência desde a chegada até ao seu abandono das instalações e apesar de toda a autoridade, ele é quase sempre um alvo em exposição.
A pressão que lhes é imposta pelos adeptos, que na sua maioria vão assistir aos jogos não para verem o espectáculo, mas sim para verem a sua equipa a vencer, torna-se em mais uma dificuldade. Pois tem que manter sempre a serenidade de forma a não perder o controlo emocional.
A parte mais exigente prende-se com o jogo e as tomadas de decisão, que bem ou mal podem condicionar esse mesmo desenrolar do jogo.
Na condução de um jogo, por vezes existem situações de interpretação diferente pelos intervenientes (neste caso árbitro, treinador e atleta.). Se o árbitro como dizia mais atrás, mostrar sentido de responsabilidade, com autoridade, conseguirá de certeza resolver as situações conflituosas e manter o respeito dos intervenientes. Tal como o árbitro o treinador deverá ser conhecedor das regras dos jogos, e transmitir esses conhecimentos os seus atletas, facilitando a tarefa do árbitro.
Conhecendo o temperamento dos nossos atletas também nos cabem a nós treinadores, desenvolver processos de melhoria nas reacções perante situações onde a decisão do árbitro não foi correcta e em nosso favor.
Costumo dizer que quando as decisões são erradas e a nosso favor, ficamos a reclamar e aborrecidos, e se for errada e a nosso favor?
Pela minha experiencia ao longo destes anos, julgo que a atitude mais correcta perante a arbitragem, é deixar que façam o trabalho deles e preocuparmo-nos mais com o nosso desempenho. Já arbitrei jogos e sei o quanto é difícil não errar. Nós treinadores e atletas também erramos, por isso há que deixar os árbitros fazerem também o melhor dentro das suas capacidades.
Para finalizar gostaria de falar na minha relação com os árbitros durante estes 10 anos. Apesar de ter sentido algumas vezes ter sido prejudicado em algumas situações, também não seria correcto não dizer, que também fui em outras beneficiado. Não sou amigo pessoal de nenhum árbitro, mas com aqueles que me conhecem e se chegam perto, a todos respeito e sinto que sou respeitado.
 Nunca fui advertido nem castigado, isto talvez seja o melhor que tenho de registo na minha carreira, pois ainda não cheguei aos títulos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Projecto de trabalho para formação remodelado 2010 (cont.) final

Familiares dos atletas

 

Gostava de começar por um comentário que vi há dias numa visita a um site sobre futsal.
Um novo fenómeno social que tem vindo a crescer cada vez mais.
Os clubes de futsal começaram a apostar mais nos escalões de formação e com isto assiste-se a uma correria de pais ou familiares a acompanharem os jovens aos pavilhões. O facto de poderem jogar à bola em uma modalidade parecida com o futebol e ainda por cima abrigados, acabam por ser factores determinantes.
Quando entregais os vossos filhos para a prática do desporto, passam a existir dois aspectos muito importantes:
O aspecto desportivo) - Onde pretendem que eles sejam grandes atletas no imediato, jogando sempre e marcando muitos golos?
Bom, isto não parece ser mau, mas no processo de desenvolvimento desportivo existem várias etapas, e é necessário que em cada etapa se faça um trabalho correcto para uma boa evolução. Com isto não se retira a vontade de ganhar, pretende-se é ganhar evoluindo.
E no aspecto social) - É talvez a parte mais importante, as crianças nestas idades atravessam mudanças acentuadas, começam por sair do aconchego do lar, para outros meios, como a escola, a catequese e o desporto. Portanto é necessário um trabalho de orientação com muita atenção, carinho e respeito (neste particular nós directores, treinadores e vós pais e familiares, o exemplo conta muito). Também é importante lembrar o comportamento que vós tendes nos treinos e em especial nos jogos, onde existe uma maior exposição social. É importante o apoio às nossas crianças, mas não devemos nunca esquecer o respeito pelos outros, muito em especial pelas outras crianças (atletas adversários).
Da minha experiencia como treinador da formação gostava de falar em dois acontecimentos.
Durante um treino nas escolinhas um dos pais de inicio começou por se sentar perto do banco dos atletas, e sempre que a bola chegava perto do filho, já ele gritava o que ele deveria fazer, e se não executava bem então ele já nem gritava, repreendia-o.
Lógico será dizer que depois de uma conversa com ele, a sua atitude melhorou substancialmente.
Um outro acontecimento este por sinal bem positivo, ao assistir também a um jogo de escolinhas, a equipa que se tinha deslocado, portanto não a da casa, trazia uma claque composta na maioria por mães dos atletas. Manifestava-se em festa incentivando a sua equipa, mais até aplaudiam as crianças adversárias mostrando respeito e carinho.
Serve com isto dizer que existem sempre aspectos a ter em conta, quando lidamos com crianças e jovens. Como antes já disse, pois irão ficar marcados quer pelas coisas positivas assim como as negativas.
Com a criação de um projecto de trabalho para a formação, também fica aberto um espaço para os pais e familiares dos atletas, pois quanto maior for o vosso envolvimento, maior será a identificação com a colectividade; portanto maior será o seu crescimento.
É necessário que este envolvimento, esteja programado e seja bem orientado, para que este crescimento aconteça com naturalidade e de forma bem conseguida
                                              José Resende


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Projecto de trabalho para formação remodelado 2010 (cont.)

                                   Atletas
                      Um atleta necessita:
a)  Ambição e desejo de ser bem sucedido.
b) Confiança pessoal.
c)  Sentir-se bem com todo o grupo.
d) Boa forma física.
Depois de ter falado sobre dirigentes e treinadores, chega a vez dos atletas. Não vou alongar-me muito vou apenas referenciar alguns aspectos que considero serem os mais importantes.
Como em tudo na vida existem regras, a prática de futsal num clube requer da parte dos atletas um cumprimento de deveres e obrigações, para que todos se sintam tratados de forma igual.
Do livro de Isabel Mesquita “A Pedagogia do Treino”
Modelo de contrato de atleta:
1) Conduta geral (pressupostos para a construção da “Atitude Mental” do atleta)
-- Principio fundamental –
O meu principal objectivo é tornar-me no melhor jogador possível. Apenas eu sou responsável pelas minhas atitudes e como tal devo empenhar-me totalmente no sentido de dar o meu maior contributo.
2) Conduta ao serviço do clube (deveres e direitos).
 -- Principio fundamental –
Comportar-me de forma digna, inspirando respeito por mim próprio, pelos colegas e pelo clube que represento. Nunca me posso esquecer que estou a representar o clube e que todas as atitudes que tomo são avaliadas enquanto atleta do clube e não em meu nome pessoal.
3) Conduta no treino
-- Principio fundamental –
O treino é antes de tudo o processo que permite ao atleta evoluir; da forma como treino decorre vai depender tudo o que a equipa aprende e é capaz de jogar, ou seja, joga-se aquilo que se treina!
Assim é da responsabilidade de todos os atletas dar o seu melhor no treino, através de um esforço sincero e de um grande espírito de entre-ajuda.
4) Conduta no jogo.
-- Principio fundamental –
O jogo é o momento em que todo o nosso sacrifício tem a sua recompensa. Para que esta surja temos de dar o nosso melhor, lutando sempre pela vitória, independentemente do resultado em cada momento.
                                                           

Do meu trabalho de Projecto para a Formação de 2006 criei o Regulamento Interno Desportivo que julgo possa servir de base para qualquer clube.

REGULAMENTO INTERNO DESPORTIVO
Com o crescimento e envolvimento na nossa colectividade, foi criado este regulamento para esclarecimento das tarefas, competências e deveres de cada elemento pertencente a toda a dinâmica do clube.
Quem decide:
v As linhas de orientação serão dadas pela direcção, assim como a distribuição de lugares pelos vários escalões.
v Em cada escalão haverá um responsável directivo, que trabalhará em conjunto com a equipa técnica e fará a ligação com a direcção.
v O líder do grupo de trabalho de cada escalão, será sempre o treinador.
v Qualquer situação que tenha de ser resolvida, será tomada primeiro pelo treinador, se necessário em conjunto com o responsável directivo daquele escalão, ou sendo mais grave em conjunto com a direcção.
Obrigações de todos:
v Representar a colectividade com empenho, dignidade, dedicação e respeito.
v Respeitar os adversários, equipas de arbitragem, público e imprensa, evitando situações desagradáveis para a colectividade.
Objectivos e deveres dos atletas:
·       Respeitar integralmente dirigentes, treinadores, massagista e pessoal de apoio à colectividade.
·       Praticar o respeito mútuo para com os colegas de equipa, quer em deslocações quer nos balneários, nos jogos, nos treinos etc.
·       Criar hábitos de orientação para o futuro:
Organização – escola, catequese, tarefas caseiras, treinos e jogos. O mais importante será sempre o aproveitamento escolar.
·    Ter um grande empenho e uma grande dedicação quer nos treinos, quer nos jogos.
·     Ter espírito de sacrifício, sentido de entreajuda e ser solidário.
Treinos
·     À hora do inicio do treino, o atleta deverá estar devidamente equipado, para isso deverá chegar com a devida antecipação.
·     Os atletas só poderão entrar no recinto de jogo para o treino, à hora marcada e acompanhados pelo respectivo treinador.
·     Antes de cada treino, o atleta deve registar a sua presença na respectiva ficha.
·     Todos os atletas serão responsáveis pelo material e equipamentos distribuídos, cabendo a responsabilidade final aos respectivos treinadores.
·     Qualquer impedimento por motivo de força maior, deverá ser comunicado à equipa técnica se possível 24 horas antes do jogo ou treino.
·     Se o atleta se encontrar lesionado, deve seguir as indicações dadas pela equipa técnica.
·     Não será permitido utilizar auscultadores de musica e telemóvel 15 minutos antes do inicio dos treinos e 45 minutos antes dos jogos.
·     Os atletas deverão ser cuidadosos na manutenção do seu equipamento e instalações da colectividade.
·     A falta aos jogos e treinos sem autorização, será punida gravemente.
Saídas e jogos em casa
·     Horários para as concentrações indicados pela equipa técnica, deverão ser cumpridos. O não cumprimento dos horários poderá levar a que o ou os atletas não façam parte da comitiva.
·     Nas saídas é obrigatório o uso dos equipamentos distribuídos pela colectividade.
·     Os atletas deverão ter um comportamento e postura, correctos e condignos, dentro dos autocarros, carrinhas do clube ou outras viaturas, que os transportem para as actividades da colectividade.

                           Responsabilidade

Ø  Compete à colectividade conduzir os processos relacionados com atletas lesionados.
Ø  Será da responsabilidade dos atletas os maus comportamentos e afirmações proferidas tanto à imprensa como ao público.
Ø  Cartões amarelos ou vermelhos injustificados, serão alvo de análise e poderão ser punidos consoante a sua gravidade.
Ø  Outros comportamentos incorrectos serão também analisados e punidos conforme a gravidade.
Ø  Os treinadores são sempre responsáveis pela conduta e rendimento dos atletas perante a direcção.
Ø  Fazer testes, treinar ou transferir para outro clube, só com a devida autorização do presidente da direcção.
-os casos omissos neste regulamento serão alvo de apreciação e decisão da direcção da colectividade.
É frequente verificar o fracasso de atletas, dada a incapacidade de dominar a vontade, a aplicação, o espírito de sacrifício a ansiedade ou a tensão para treinar ou competir; deve-se ensinar que o êxito consiste em lutar ao máximo para conseguir a vitória.
Pretende-se que sejas um jovem atleta inteligente, humilde, disciplinado, trabalhador, competitivo, agressivo, com espírito de sacrifício e de cooperação. Desta forma serás um atleta ganhador e um verdadeiro campeão.
O desejo de vencer nasce com quase todos nós, a vontade de vencer é uma questão de treino, a maneira de vencer á uma questão de honra.”